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Brasil pode sofrer com apagão de mão de obra, afirma especialista em educação

Em entrevista à Sagres, nesta quinta-feira (21), o diretor executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Solon Caldas, afirmou que pandemia impactou diretamente o Ensino Superior, com um aumento na evasão e redução de novos estudantes nas universidades. “Isso pode causar um apagão de mão de obra no futuro. Se não há ingresso suficiente na educação superior, também não vai haver mão de obra capacitada”.

Sólon explicou que o aumento da evasão ocorreu por diversos motivos como, por exemplo, problemas financeiros. Apesar de não acreditar que o apagão de mão de obra ocorra por agora, o diretor contou que algumas áreas já sentem os efeitos da falta de profissionais qualificados disponíveis no mercado.

“Nós já estamos vendo isso nas áreas de Tecnologia da Informação onde o mercado está solicitando muito mais profissionais do que estão sendo formados. Nós precisamos formar muito mais estudantes, muitos mais profissionais capacitados para atender a demanda do mercado de trabalho. Estou dando o exemplo da TI, mas isso está acontecendo também na saúde e nas engenharias”, declarou.

Mais vagas, com maior salário

Apesar do cenário de preocupação, pesquisa realizada ABMES e da Simplicity, empresa que atua junto às instituições para aumentar empregabilidade e engajamento estudantil, revelou que 69% das pessoas com Ensino Superior estão empregados após um ano de formação.

“Isso é muito positivo do ponto de vista, já que estamos atravessando o terceiro ano de pandemia e o Ensino Superior proporciona isso para os nossos jovens. Então nós podemos dizer que o investimento na formação superior continua sendo muito importante para aumentar a empregabilidade e possibilitar o jovem a entrar no mercado de trabalho”, disse.

Conforme a pesquisa, “os profissionais na área de TI estão no topo da lista, com 82% que declararam estar trabalhando, 77% deles na área de graduação. Nas Engenharias, 77% estão contribuindo ao mercado de trabalho, 93% trabalhando na área. Entre os profissionais de Saúde também há um salto: 72% está empregado, 85% atuando na área de formação“.

Além disso, Solon destacou que o curso superior proporciona ao cidadão melhores condições para atuar no mercado de trabalho, já que, segundo dados do CAGED, o profissional com Ensino Superior completo recebe em média 186% a mais do que um cidadão com Ensino Médio.

“Então veja que o investimento no Ensino Superior, além de aumentar a empregabilidade, ou seja, a possibilidade de estar no mercado de trabalho, ele também traz um ganho salarial considerado, então vale muito à pena o investimento na educação superior”, ressaltou o diretor da ABMES.

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