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Ensino superior ainda é ótimo investimento

Uma pesquisa divulgada no último dia 19 apresentou dados que comprovam a relação entre educação e mercado de trabalho. O levantamento, divulgado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), em parceria com a Symplicity, especialista em empregabilidade e engajamento estudantil, mostra que 69% dos egressos do ensino superior estão empregados após até um ano da colação de grau. 

A taxa de ocupação dos estudantes independe da modalidade do curso – presencial ou a distância –, e indica outros dados relevantes: a remuneração média geral é de R$ 3,8 mil, variando entre R$ 3.972,52, no grupo de bacharéis; R$ 3.709,48, entre os tecnólogos; e R$ 2.392,86, entre os licenciados. O valor médio aumenta quando a ocupação é na área de formação: R$ 3.805,53.

No estudo, foi avaliada a colocação no mercado de quase 2 mil egressos que colaram grau entre 2020 e 2021, ou seja, no momento mais crítico para a ocupação profissional, em meio à pandemia da COVID-19. Mesmo assim, 48,82% dos estudantes graduados estavam em ocupações formais, 10,86% trabalhando como autônomos ou profissionais liberais, 2,77% como empresários e apenas 2,82% na informalidade, o que demonstra a importância do ensino superior como ferramenta de oportunidades.
 
Profissões na área de computação e na área de saúde continuam na liderança em termos de empregabilidade, tanto no que se refere a bacharéis quanto a tecnólogos (aproveitamento de 70% e 69%, respectivamente). 

O destaque fica por conta dos cargos no mercado de tecnologia, talvez o mais aquecido pela transformação digital impulsionada durante a pandemia. Alunos da área apresentam uma inserção rápida até mesmo antes da formatura. Os profissionais na área de tecnologia da informação – 82% – declararam estar trabalhando, dos quais 77% na área da graduação. A média salarial foi de R$ 5.268,75.
 
Os egressos das engenharias ficaram bem posicionados, o que pode ser explicado pela continuidade das atividades no setor de construção civil, grande impulsionador da oferta de vagas. A média salarial foi de R$ 4.476,94.
 
Por fim, os recém-formados em direito: 53% estão no mercado de trabalho, dos quais 63% na própria área. Mais da metade dos egressos em educação, negócios e comunicação garantiram ocupação para as profissões para as quais foram preparados nas instituições de ensino superior.

No entanto, nem tudo são flores. De acordo com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o orçamento destinado ao Ministério da Educação (MEC) sofreu um corte de R$ 3,23 bilhões em 2022. Somente nas universidades e institutos federais a redução foi de R$ 1 bilhão. Esses cortes impactaram o pagamento de contratos de água, luz, segurança, limpeza, programa de bolsas, equipamento para laboratórios, a exemplo da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que sofrem perdas de R$ 36,6 milhões e R$ 32 milhões, respectivamente. 
 
E a expectativa para 2023 não é das melhores. Os institutos federais já foram informados pelo governo federal do corte de 12% no orçamento do ano que vem e a previsão é de que os recursos disponibilizados para as universidades federais sofram uma queda de R$ 600 milhões, em comparação com a verba de 2021, em valores sem correção da inflação. 

Agora é aguardar o pleito eleitoral, quando será votado o Projeto próximo de Lei Orçamentária. Provas de que a educação e o mercado de trabalho andam juntos, já temos.

 

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